3 de março de 2015

E de repente, ansiedade!




Não sei como, nem quando, e nem porquê.
Mas de repente, em meio a uma das muitas mudanças que vivemos na vida, senti que tinha um mundo em mim e eu não dava conta de viver esse e nesse mundo.
Senti necessidade de procurar ajuda médica, espiritual, de amigos e amigas, pra falar dessa imensidão que eu vivia. Porque a dor física e emocional que eu sentia, me despertou para uma necessidade descontrole sobre o que eu sentia, pensava e fazia.

De repente eu amava, de repente eu vivia um amor, de repente eu passei a olhar para mim, de repente comecei a me enxergar, de repente o amor acabou, de repente, ficou difícil viver as mudanças que eu comecei com ele, sozinha. E não de repente, tudo ou muito do que eu tinha vivido, em quase três décadas de vida, caíram sem para quedas na minha vida, justamente no momento de uma profunda mudança.

Não bastava ter de viver o final de um amor, era preciso enfrentar os fantasmas da vida.
Não foi de repente que me dei conta de que precisava de ajuda médica. Levou um tempo para eu entender que as noites sem dormir, a ausência de fome, a perda de peso, o medo de ficar sozinha, os pensamentos que projetavam negativamente fatos que podiam acontecer, o descontrole emocional e as oscilações repentinas de humor, TOC, crises de choro, não eram sintomas de saudade do amor vivido, apenas. 

Não foi de repente, também, que entendi, que isso tudo já estava dentro de mim, e foi despertado, não pelo fim do amor, mas quando eu não soube lidar com uma das muitas mudanças que estamos sujeitos a viver na vida. 

Tudo se tornou sofrimento. O antes, durante e o depois, era marcado por um sentimento de ansiedade que me deixava exausta, em permanente estado de alerta.

Mas foi de repente que eu enxerguei o descontrole que me atingia quando algo saia do meu planejamento, e o quanto me fazia mal não conseguir controlar a vida e o que estava ao meu redor.

De repente, eu me perguntei como tinha conseguido sobreviver tanto tempo com isso tudo. E de repente, eu percebi quanta coisa eu perdi, joguei fora, afastei e estava afastando por conta da ansiedade.

CID F-41. De repente, essa sigla começou a fazer parte da minha vida, junto com uma série de novos "de repente eu senti isso, eu vi aquilo, eu percebi aquilo outro...".

De repente, estou em permanente terapia. Embora nada disso tenha sido tão de repente, assim.

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